ZOMBIE COOKBOOK: a trilha sonora do terror!


Por Écio Souza Diniz
Proposta musical peculiar. Este é um bom termo para resumir o Metal praticado pelos catarinenses do ZOMBIE COOKBOOK. A mistura agrega Thrash, Hardcore, Grind, Splatter e alguns elementos de Death, usando isso tudo como trilha sonora para contos sobre zumbis famintos. A banda tem colhido os frutos de seu excelente Debut, Outside the grave, que inclusive foi a pouco lançado em vinil. Para dissecar o trabalho desses caras, o Pólvora Zine teve um papo necrofágico com o vocalista Dr. Stinky, e convidamos as presas humanas e outros mortos-vivos a conferirem.
Pólvora Zine: De onde surgiu a ideia de tratar de temas sobre zumbis?
Dr. Stinky: Então… quando montamos a banda tínhamos a ideia de montar algo nos moldes da nova onda do Death Gore norte-americano, por exemplo, GHOUL, BLOOD FREAK, LORD GORE, entre outras bandas foram as nossas influências iniciais. A ideia sempre foi um Death metal com elementos de Thrash, Grind e Hardcore e com vocais alternados. A temática da banda trata do terror como um geral, mas um terror mais underground e os zumbis são o que temos de mais podre e underground neste meio.         
P.Z: Como vocês trabalharam e particionaram o processo de composição?
Dr. Stinky: Nosso processo de composição é bem variado, todos gostam de compor e, geralmente, chega-se no ensaio com a ideia inicial da música e aí vamos moldando ela em conjunto. As letras são um processo à parte, pois geralmente fazemos as linhas de vocal sem as letras, encaixamos algumas palavras fortes (fins de frase, entonações, repetições, entre outras coisas) e aí definimos o tema e escrevemos.
P.Z: Outside the grave tem sido bem aceito em veículos de grande importância, como a Roadie Crew. Como tem sido a reação das pessoas aos shows?
Dr. Stinky: Tem sido bem legal, nosso material tem um apelo visual forte, assim como os shows, onde mostramos nosso lado zumbi em cima do palco.
P.Z: Algo que creio ajudar muito na divulgação é parceria com a assessoria de imprensa da Metal Media. Isso procede?
Dr. Stinky: Nossa parceria com a Metal Media tem sido essencial, iniciamos nosso trabalho com eles desde o lançamento do EP Cinetrash. Acho que foi uma decisão mais do que certa que tomamos, porque a banda já “nasceu” com o trabalho de imprensa sendo feito.
P.Z: Além da música, vocês possuem um ótimo apelo visual de forma geral. Inclusive o disco conta com uma história em quadrinhos onde vocês são protagonistas. Como surgiu essa ideia? Qual a importância vocês enxergam em se colocarem no contexto lírico?
Dr. Stinky: Então… esse era pra ser o release da banda, mas não conseguimos fazer a tempo, precisávamos enviar todo o material para a assessoria e não deu tempo. Aí seguramos a ideia e lançamos em Outside the grave. Sobre nossa inserção neste contexto, nós achamos que é essencial, até por todo o lance que temos de palco. Não vemos outra forma de fazer isso sem ter todo esse enredo.
P.Z: Algo interessante acerca do lançamento do debut foi o apoio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura e da Fundação Cultural de Joinville. Deve ter sido uma surpresa pra vocês conseguirem esse apoio, certo? A propósito vocês acham que patrocínio desta natureza a bandas de Metal tem aumentado no seu Estado e no Brasil?
Dr. Stinky: Foi fundamental sim, inclusive o relançamento em LP se deu da mesma forma. É algo que todas as bandas deveriam procurar, pois existe verba pra projetos culturais nas três esferas (federal, estadual e municipal). Entrem em contato com as secretarias de cultura/fundações de cultura do município e se informem. Da nossa parte nunca tivemos rejeição por tocarmos Death Metal e por tratar de assuntos pesados. É arte e tem de ser incentivada.
P.Z: Visto a mescla de estilos extremos que praticam vem a curiosidade de se há algum que é mais influente dentro da banda.
Dr. Stinky: Com certeza o Death Metal.
P.Z: Tem havido divulgação do álbum no exterior? Como anda a possibilidade de uma turnê fora do Brasil?
Dr. Stinky: Enviamos algum material na época do CD e agora estamos enviando alguns LPs para fora. Turnê ainda é muito cedo. Temos o segundo disco pela frente, talvez com o lançamento dele isso seja mais viável para nós.
P.Z: Qual lugar do Brasil até o momento melhor recepcionou um show da banda?
Dr. Stinky: Em todos os lugares fomos muito bem recebidos, mas tem um lugar que é especial para nós que é o Storm Festival em São Leopoldo (RS). Aquilo é mágico!
P.Z: Santa Catarina possui o maior festival de Metal Extremo do Brasil, o Zombie Ritual. Para vocês qual tem sido a maior contribuição deste festival para o Estado?
Dr. Stinky: É uma coisa que nem passava pela nossa cabeça, ter as maiores bandas de Metal extremo do mundo tocando do lado de casa. Tem sido fundamental para a cena do estado. Mas temos que salientar que Santa Catarina sempre teve a cultura dos festivais como Bob Rock, River Rock, Tschumistock, entre outros, e sempre foram grandes eventos. Agora ainda surgiu o Armageddon que é na nossa casa (Joinville). Mas com certeza o Zombie é o maior de todos.
P.Z: Fale-nos sobre como foi o lançamento do debut no formato de um luxuoso vinil e os locais que ele pode ser encontrado. Acredito que ele esteja sendo bem requisitado pelos bangers, certo?
Dr. Stinky: Sim, foi um sonho de moleque sendo realizado. Em 2012, quando o Outside… saiu queríamos que fosse em LP, mas não deu muito certo e lançamos em CD. Trabalhamos a divulgação dele e em 2013 entramos com outro projeto no SIMDEC para o relançamento em LP e fomos aprovados. Aí conseguimos finalizar a etapa “Outside the Grave”. Tivemos uma procura bem grande pelo lançamento, inclusive por pessoas que nem gostam do nosso estilo, mas acharam legal uma banda fazer este tipo de lançamento. Ainda temos copias disponíveis, há algumas distribuidoras que estão vendendo e temos uma boa quantidade com a banda também.
P.Z: Quais são os próximos passos almejados para o curto prazo?
Dr. Stinky: Bom, temos dois splits que estão agendados pra sair pra até o fim do ano, ou começo do ano que vem. Paralelamente a isso temos a gravação e lançamento do segundo disco. Como reformulamos a banda temos que tocar ao vivo também, ou seja, estamos com muitos compromissos para curto e médio prazo. Depois de o segundo disco lançado será cair na estrada e divulgar ao máximo.
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